PEDRAS NATURAIS



As pedras são extraídas das respectivas formações geológicas, as pedreiras.
A extracção pode ser:
- A céu aberto
            - fazem-se sondagens para avaliar a profundidade dos estratos,
            - removem-se os terrenos da cobertura,
            - abertura de acessos e extracção,
            - preparação do parque de armazenamento,
            - desbaste dos blocos,
            - transporte dos resíduos estéreis e tapagem.

- Subterrânea
            - maciço a pouca profundidade
            -maciço de grande profundidade (é feita por poços)

Comparação: Os custos são mais baixos se o processo escolhido for a céu aberto.

Desmonte de blocos de pedreira:
- Processo manual
- Meios explosivos



CLASSIFICAÇÃO:
- Ígneas ou eruptivas – duras e compactas, homogéneas e isotrópicas.
- Sedimentares – estratificadas, dispostas em camadas, anisotrópicas (ex. grés, gesso, argila)
- Metamorficas – originadas devido à acção de elevadas temperaturas e grandes pressões, anisotrópicas (ex. mármores, gneisses)

ANISOTROPIA – as propriedades mecânicas variam segundo as diferentes direcções, nomeadamente segundo planos de estratificação. Vai verificar-se uma acentuada variação entre os módulos de elasticidade e tensões de rotura.


CARACTERISTICAS FISICAS
- Aderência aos ligantes – depende da pedra e do ligante, tem interesse para a pedra fragmentada para o uso em agregados para betão, pavimentação.
- Densidade e Compacidade – Compacidade é a relação entre a densidade absoluta com a densidade aparente.
- Dureza – quantifica a resistência mecânica das pedras a acções de compressão pontuais, usando a escala de Mohs.
- Estrutura e Textura Estrutura diz respeito às dimensões, arranjos e forma dos materiais, com matéria vítrea ou não. Textura refere-se ao sistema mais ou menos ordenado, formado pelas diáclases e juntas do maciço rochoso.
- Fractura – aspecto superficial de rotura da pedra obtida por percussão.
- Gelividade – característica que uma pedra apresenta para se fragmentar por acção duma descida de temperatura. Este fenómeno é importante em climas frios ou com amplitudes térmicas grandes.
Uma pedra nestas condições será porosa, absorve água e não resiste ao acréscimo do volume devido à congelação.
- Higroscopia – faculdade que as pedras têm de absorver água por sucção capilar, Depende da tensão superficial do liquido e da possibilidade de molhagem das paredes do material pelo liquido.
- Homogeneidade – característica muito desejada
- Porosidade – é a relação entre o volume máximo possível de água absorvida e o volume total, ou seja o grau de saturação dos poros de pedra.
- Permeabilidade – propriedade que os materiais têm de se deixar atravessar por um fluído, dependendo da porosidade do material, de comunicação entre os seus poros e dos diâmetros destes.

CARACTERISTICAS MECANICAS
- Resistência à compressão – é uma característica importante quando aplicada em obra públicas, túneis, portos e viadutos (sujeitos a altas tensão)
- Resistência à tração, flexão e corte – a resistência à tracção é pequena em pedras
- Resistência ao desgaste – Interesse em pedras usadas em pavimento, locais de circulação intensa.

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
- Alteração das pedras calcárias
            - Agentes químicos da atmosfera
CaCO3+H2O+CO2                  Ca(CO3H)2
O CO2 arrastado pela água das chuvas irá penetrar nas pedras. Nos calcários, a dissolução do carbonato de cálcio dá origem a uma solução instável de bicarbonato de cálcio. Provocando a degradação superficial da pedra.

SO2 + H2O                  H2SO3
O dióxido de enxofre resulta da combustão dos compostos sulfurosos presentes nos combustíveis que combinados com a água da chuva origina ácido sulfuroso.

SO3 + H2O                  H2SO4
O dióxido de enxofre presente no ar poluído pode também reagir com oxigénio do ar transformando-se em trióxido de enxofre (SO3) que ao reagir com a água origina o ácido sulfúrico.

            - Agentes químicos de materiais ou do solo
São sais solúveis (sulfatos, cloretos, nitratos) que ao ser arrastados para a pedra irão cristalizar quando a água evaporar, surgem eflorescência (superfície) e criptoflorescência (interior)

            - Agentes químico-biológicos
Alterações provocadas pela acção do homem e de animais que se manifestam pela corrosão química de depósitos de dejectos (pássaros, pombos)

- Alteração dos feldspatos
Este tipo de pedras (granitos, basaltos), são constituídos por silicatos de alumínio. Aquando a acção das chuvas, a solução gás carbónico, e silicatos anidros associados hidratam-se e separam-se.


CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DAS PEDRAS
Tendo em conta as aplicações das pedras, devem satisfazer exigências de resistências mecânica e de ornamentação.

CLASSIFICAÇÃO UPEC PARA REVESTIMENTO DE PISO
U – Uso no sentido mais genérico, provocado pela circulação dos utentes,
P – punçoamento (cargas mais concentradas),
E – comportamento sob a acção da água ou da humidade,
C – actuação dos agentes químicos.

FACTORES A CONSIDERAR NA UTILIZAÇÃO DAS PEDRAS:
Soleiras, degraus, lajes:
            - Gelividade
            - Resistência ao choque
            - Resistência ao desgaste
Revestimento do interior da parede:
            - Possibilidade de acabamento
            - Resistência ao choque
Revestimento interior do piso:
            - Resistência ao choque
            - Resistência ao desgaste
            - Possibilidade de acabamento

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MATERIAIS CERÂMICOS



Os materiais cerâmicos são inorgânicos, formados por elementos metálicos ou não metálicos, ligados entre si por ligações iónicas ou covalentes.
Matérias-primas: gnaisses, micaxisto, feldspatos alterados, argila e água.


PRINCIPAIS PROPRIEDADES:
- Cristalinos
- elevada dureza, refractariedade, resistência química e fragilidade
- elevada relação resistência/densidade e módulo de elasticidade/densidade
- baixo coeficiente de dilatação térmica
- boas propriedades isolantes, térmicas e eléctricas


CLASSIFICAÇÃO:
Por Cozedura
Com fusão da fase vítrea
- tijolos, faianças, grés e porcelanas
- ligantes hidráulicos: cais, cimento
- cerâmicas refractários e não refractários

Sem fusão da fase vítrea
- óxidos cerâmicos puros
- refractários d carbono e grafite

Por fusão
- vidros
- esmaltes
- fibras cerâmicas


COZEDURA DA CAULINITE (o componente é a argila, um composto de alumina e sílica hidratada)
2SiO2.Al2O3.2H2O=S2AH2
200ºC – desidratação parcial
600ºC – desidratação total
Originando o metacaulino 2SiO2.Al2O3=AS2
650ºC – dissociação da sílica/alumina
Retracção de cozedura
850-950ºC – trimita (4SiO2) e a mulite (2SiO3.3A2O3)
1200-1500ºC – Fusão à Vitrificação


PROCESSO DE FABRICO:
- Preparação das Pastas
Extrai-se a argila, apodrece-se ao ar, depois ocorre o destorroamento por britagem ou moagem com adição de água, podem ser:
- amassadura muito seca – produtos refractários
- amassadura húmida – grão e barro vermelho
- amassadura muito húmida – faiança

- Moldação
Via manual
Via mecânica, feita com prensagem, usam-se moldes de madeira, aço, gesso(para absorver excesso de humidade).

- Secagem e Cozedura
Secagem ao ar livre (1 semana) ou processo artificial
Cozedura, em:
Forno Hoffman é constituído por 12 câmaras e uma fornalha
Forno de túnel o produto progredi no túnel, aquece progressivamente até à zona central e depois que vai saindo do túnel vai arrefecendo.

PRODUTOS:
Produtos Porosos – macios e riscam-se facilmente, cheiram a barro, não há vitrificação. Ex:. telhas e tijolos, produtos refractários.
Produtos não porosos – não são facilmente riscados. Ex:. grés cerâmico e porcelanas.

TIJOLOS
Composto por 2 partes de areia siliciosa, 1 parte de caulinite, e em minoria saibros, calcários e óxidos de ferro.
Existem dois tipos de tijolo:
- maciço (paredes resistentes)
- furado (paredes divisórias)

Características fundamentais:
- resistência à compressão,
- homogeneidade de cor,
- homogeneidade de som percutido,
- teor de sais dissolvidos,
- ausência de cal viva

EN 772 – Especificação para unidades de alvenaria



TELHAS
Composto por 2 partes de areia siliciosa, 1 parte de caulinite, e em minoria saibros, calcários e óxidos de ferro.
Existem vários tipos de telha:
- marselha (exige 2 apoios em ripa de madeira para a sua colocação)
- lusa
- canudo (exige uma viga de madeira)

Características fundamentais:
- resistência à flexão,
- homogeneidade de cor,
- homogeneidade de som percutido,
- gelividade,
- impermeabilidade,
- ausência de cal viva

EN 1304-2005 – Telhas cerâmicas e acessórios – definições e especificações dos produtos e métodos de ensaio
NP EN 1204 – Caracteristicas
NP EN 558 – Resistencia à flexão
NP EN 559-1 – Impermeabilidade
NP EN 559-2 – Resistência ao fogo

Gelividadecapacidade de um material não fracturar com a variação da temperatura. Este fenómeno é importante em climas frios ou onde exista grande amplitude térmica.



LOIÇAS CERÂMICAS (matéria prima é a argila rica em caulinite, prensada, seca e moldada, e cozida a altas temperaturas)


LADRILHOS OU MOSAICOS (vidrado antes de cozido)
(matéria-prima é composta por argila rica em caulinite, branca sem óxido de ferro)

AZULEJOS (vidrado depois de cozido)
Processo de fabrico:
- misturam-se as matérias-primas,
- corta-se e molda-se,
- 1ª cozedura a uma temperatura 1020ºC, obtem-se chacota,
- vidragem manual,
- pintura manual,
- 2ª cozedura a 980ºC.

Vitrificação – esta fase serve como um meio de reacção, através do qual a difusão se pode realizar a uma temperatura mais baixa do que no resto do material cerâmico.
Durante a cozedura deste tipo de materiais cerâmicos ocorre um processo denominado vitrificação, no qual a fase vítrea se liquefaz e preenche os poros de material. Esta fase pode também reagir com algum material refractário que se encontra no estado solido. Durante o arrefecimento, a fase líquida solidifica, dando origem à matriz vítrea que liga entre si as partículas não fundidas.

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TINTAS E VERNIZES



Tinta é uma composição pigmentada líquida, pastosa ou sólida que, quando aplicada em camada fina sobre uma superfície é convertível ao fim de um certo tempo numa película sólida e opaca.
Verniz é uma composição não pigmentada líquida, pastosa ou sólida, que quando aplicada em camada fina sobre superfície apropriada, é convertível numa pelicula sólida, contínua, transparente ou translucida e mais ou menos dura.

CONSTITUINTES DAS TINTAS:

Pigmentos – podem ser naturais ou sintéticos, sendo os naturais obtidos a partir de moagem e peneiração de terra, óxidos metálicos.
Cargas – são corantes, introduzidos para baixar os custos de fabrico. Facilitam a aplicação, melhoram a qualidade da tinta, durabilidade e conferem propriedades isolantes, resistência ao fogo, antiderrapante. Podem ser naturais ou artificiais. Exs:. Mica, talco, carbonato de cálcio.
Ligantes (veiculo fixo) – são responsáveis pela formação da filmagem que garante a continuidade do revestimento e podem ser:
- Convertíveis – convertem em polímeros por reacções de solventes, após a aplicação no suporte (ex: resinas epoxídicas, silicone, alquidicas e aminicas)
- Não convertíveis – os polímeros encontram-se dispersos em solução num meio que evapora após aplicação (ex: resinas celulósicas, borracha clorada, resinas venilicas e acrílicas)
(Veiculo volátil) – a função é a de dissolver o ligante e modificar a viscosidade da tinta bem como o tempo de secagem (ex: água, aguarrás, acetona)

CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS E VERNIZES:
Primárias:
Primárias alquidicas – protecção anticorrisiva de metais ferrosos e não ferrosos.
Primárias anti-alcalinas – aplicação em paredes interiores e exteriores revestidas com reboco. Serve para manter a alcalinidade das paredes.
Subcapas: Para aplicação em madeira.
Acabamento:
Massas Plasticas – Interior – Reboco normal ou betão.
Tintas Plásticas – Exterior e Interior – Reboco tradicional de argamassa, madeira e aço.
Tintas texturadas  (areia) – Exterior e Interior – Reboco.
Esmalte – Interior e Exterior – Com brilhos e lacagens.
Verniz Satinado – Interior – Acabamento de superfície de madeira.
Verniz claro – Interior e Exterior – Acabamento em superfície de madeira.

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