Demolição – Segundo Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de Dezembro, as Obras de demolição são obras de destruição,
total ou parcial, de uma edificação existente.
1.
Antes de
dar início aos trabalhos de demolição deve:
·
Ter acesso ao desenho do edifício a demolir (plantas,
alçados, cortes) para uma perfeita definição geométrica; (desenhos amarelos e
encarnados, sendo que o amarelo é para demolir e o vermelho para construir, ver
exemplo infra)
·
Avaliação da natureza dos materiais a demolir;
·
Retirar todos os elementos frágeis, como envidraçados
e estuques e fasquiados;
·
Assegurar o corte de gás, fornecimento de água e
energia eléctrica;
·
O eventual fornecimento de água ou energia eléctrica,
durante os trabalhos, seja feito de forma a não exigir a passagem de cabos ou
condutas pela zona de trabalho;
2. Plano de demolição deve incluir:
a)
Estabelecimento de uma ordem de execução
dos trabalhos
b) Garantias de que esses trabalhos não colocam em risco:
·
segurança dos trabalhadores;
·
construções vizinhas;
·
público que circule próximo da zona a demolir
c)
Reconhecimento do Local
d)
Escolha do Processo de Demolição
e)
Demolição (Trabalhos preliminares)
3. Processos de Demolição:
3.1. Demolição Manual - quando utilizam utensílios manuais (maças,
picaretas, pás , ...) ou ferramentas mecânicas portáteis (martelo-percussor,
maçarico, ...).
O método tradicional, consiste em desfazer a construção por andares, de
cima para baixo .
Este método permite grande recuperação de materiais demolidos, estes detritos
são evacuados por meio de cordas, cabos, roldanas, guinchos, desde que se trate
de zonas vedadas à permanência ou circulação do pessoal.
Este método exige muita mão-de-obra, pelo que se torna
caro e lento.
3.2. Demolição Mecânico - quando são totalmente efectuadas à custa de máquinas
não portáteis que pode ser:
3.2.1.
Por tracção – Utilizam bulldozers ou quaisquer outras máquinas
capazes de fazer a tração de um cabo. As zonas a demolir devem possibilitar boa
aderência de um cabo metálico (sendo necessário fazer previamente um poço horizontal
na alvenaria, que garanta essa aderência), a tração provocada pela máquina provoca
os desmoronamento.
3.2.2.
Por compressão – Faz-se com pás mecânicas, tractores bubulldozer que
arremetem de encontro à construção empurrando-a ou fazendo-a desmoronar-se à
custa de pancadas fortes.
Este processo tem como limite o alcance do braço da máquina, isto é, à
altura da construção não deve ser maior do que o comprimento do braço da
máquina medido na sua projecção horizontal. Uma altura superior levaria a que
os materiais caíssem em sentido contrário, atingindo a máquina durante a queda.
3.2.3.
Bola de grande massa – É efectuada por máquinas, do tipo das
gruas móveis, que têm suspenso um cabo com uma esfera metálica de grande peso a
qual actua por movimento pendular ou queda vertical à maneira de um pilão.
O peso da bola varia com a natureza da obra a demolir, mas sobretudo com as
capacidades da máquina. Em geral, tem entre 500 e 2000 Kg.
Neste tipo de demolição o aproveitamento de materiais recuperados é mínimo.
Só deve utilizar-se, portanto nos casos em que não está em causa esse
aproveitamento e apenas a rapidez da execução do trabalho.
No caso de demolição com bola, o espaço livre à volta do muro deve ser,
pelo menos, uma vez e meia da altura do muro, para haver a garantia de os
desmoronamentos não atingirem outras construções.
3.2.4.
Com recurso a gruas de torre – nas demolições,
o braço da torre é permanentemente horizontal e o movimento a dar à esfera,
pendular, pode comprometer a sua estabilidade.
3.3. Por
Expansão – quando utilizam uma fonte de energia (explosivos) que
desintegram os elementos da construção designada por “impulsão”.
3.3.1.
Rebentador hidráulico
3.3.2.
Rebentador carbónico
3.3.3.
Explosivos:
3.3.3.1. Assegurar que as linhas aéreas de energia eléctrica ou telefones existentes
na vizinhança da demolição se encontram sinalizadas e protegidas, de acordo com
as indicações das respectivas entidades exploradoras;
3.3.3.2. Proteger com barreiras as eventuais zonas perigosas que se encontram fora
das zonas vedadas;
3.3.3.3. Sempre que os trabalhadores tiverem de actuar em locais que apresentem
riscos de queda devem ser instalados: guarda-corpos, palas de protecção,
estrados de protecção;
3.3.3.4. Não deve ser permitido a existência de trabalhadores em mais de um nível de
forma a evitar riscos para o pessoal que trabalha nos níveis inferiores;
3.3.3.5. Deve haver o cuidado com peças que possam estar corroídas no seu interior
de forma a não acontecer a sua queda antes da altura prevista (como as madres
de madeira);
4. Trabalhos Preliminares
- Cortar os fornecimentos e as instalações de
energia eléctrica, gás, água, telefone, etc;
- Esvaziar eventuais depósitos
de água;
- Vedar e sinalizar a
área de demolição;
- Escorar os elementos de
construção que possam cair antes da altura prevista;
- Caleiras, utilizadas para
detritos leves, devem ser fechadas para impedir a fuga de
materiais; devem dispor de um dispositivo de retenção suficiente para
deter a corrente dos materiais
- Os primeiros materiais a ser demolidos são os
suportados e só depois os suportantes;
- As peças que, para ficarem soltas, têm que ser
arrancadas e conduzem a movimentos brusco, devem ser retirados com muito
cuidado, de forma a não precipitarem o trabalhador no vazio;
- Quando se trate de utilizar telhas,
as folhas de zinco ou as placas de fibrocimento, ou outras, de uma
cobertura, estas não devem
servir de apoio aos trabalhadores. Deve aceder
por paredes laterais até à cumeeira e daí para a base do telhado,
apoiando-se o trabalhador em escadas;
- Na demolição de paredes, não é permitido o apoio
nelas se estas não tiverem um mínimo de 35 cm de espessura e um máximo de
6 m de altura. Deve ser usado um arnês que será preso a elementos com
resistência suficiente para esse fim;
- Se houver necessidade de acumular elementos da
demolição num piso, este deve ser devidamente escorado;
5. Demolição de Betão (cuidados)
- A demolição de
uma peça betonada só deve ser levada a cabo depois de se saber quais são
os seus apoios e onde estão;
- A existência destes betões (utilizado sobretudo em
paredes) deve ser previamente referenciada para os trabalhadores saberem
que as peças por eles formadas irão opor uma menor resistência à demolição
da que poderia, em princípio, avaliar-se.
- Quando se trata da demolição de um edifício,
depois de um incêndio, levar em conta o facto de ser vulgar nestas
circunstâncias, que haja betão desligado das armaduras pela exposição ao calor
e lajes ou vigas, aparentemente intactas, terem perdido interiormente
resistência deixando de poder aguentar com pesos, inclusive o peso dos
trabalhadores.
- Existem betões (celulares, etc) cuja resistência
é bastante inferior à do betão normal, ainda que não difiram muito na
aparência exterior.
- No caso de betão pré-esforçado a demolição deve
ser estudada cuidadosamente pelos técnicos responsáveis por forma a evitar
acontecer descontracções bruscas. O
corte de uma armadura neste tipo de betão pode modificar por completo as
condições de estabilidade e de resistência de uma peça.
6. Casos específicos de demolição
- Muros
e estruturas verticais:
- Escadas: Devem
ser as últimas peças a demolir em cada piso, uma vez que são necessárias
(oferecendo segurança) à circulação do pessoal, e ter-se em conta as
seguintes regras:
- Uma escada encastrada deve demolir-se da ponta
do balanço para o encastramento;
- Uma escada apoiada em patamares deve demolir-se
do meio vão para os apoios;
- Uma escada apoiada lateralmente em vigas deve
demolir-se do centro do vão para os lados.
- Chaminés:
No caso de estarem próximas de outras
construções, devem demolir-se manualmente, construindo para isso um
andaime que funcione como estrutura independente e que permita o acesso ao
seu ponto mais alto; ou então com o trabalhador dentro da chaminé, apoiado
numa escada interior, demolindo-se a alvenaria em círculos, de cima para
baixo, e atirando para o exterior o material demolido.
No caso de chaminés altas e isoladas, que permitam o seu derrube pela base,
de uma só vez, pode utilizar-se o método que consiste em eliminar três ou
quatro fiadas se tijolos, acerca de 0,80 m da base e só em cerca de metade do
seu diâmetro, e depois provocar um incêndio forte dentro da chaminé. O fogo
acabará por minar esse apoio, já fraco, e provocar o desmoronamento. Também é
possível utilizar com o mesmo efeito um explosivo fraco.
- Pavimentos
e Lajes de Cobertura: Quanto à sua demolição, no caso de
haver chaminés ou condutores de ventilação, deve começar-se por eles. E
durante todo o trabalho, os executantes devem apoiar-se e circular pelas vigas
maiores, com maior importância na estabilidade da estrutura.
No caso de tectos antigos, de madeira, nunca usar a sua estrutura como
apoio dos trabalhadores, pois em geral estas estruturas aparentam uma
resistência que, na realidade, já não têm.
- Abóbadas e Arcos:
O ponto central, é a chave da estabilidade da
abóbada ou de um arco, logo o escoramento a fazer-se deve iniciar-se sobre
este ponto.
Quanto à sua demolição, deve referir-se o caso das abóbadas múltiplas,
apoiadas umas nas outras, onde às vezes a demolição de uma leva ao
desmoronamento imediato das outras. Um trabalho deste tipo faz-se sempre
escorando as abóbadas que não estejam a ser demolidas, até à final, que em
geral acaba por desabar um tanto descontroladamente.
A demolição de uma abóbada faz-se do centro para as extremidades, seguindo
uma trajectória em espiral.
·
No caso de alvenarias muito compactas ou grandes peças
de betão, pode utilizar-se um martelo pneumático
montado na extremidade do braço de uma pá ou escavadora mecânica.
7. Medidas de Segurança:
- Zonas
em altura: arnês preso a um cabo de vida, preso este a uma
estrutura resistente
- Demolições de taipa: máscara
de protecção para poeiras
- Delimitação
da área envolvente do edifício objeto da demolição,
- Colocação de redes ou lonas para evitar a
projeção de materiais e proliferação de poeiras,
- Se a intervenção invadir passeios ou parte da
calçada deverá ser colocada sinalização luminosa e criação de corredores
de segurança para passagem de pessoas,
- Montagem
de escoramentos e estruturas auxiliares de suporte,
- Plataformas
de trabalho com barreiras de segurança,
- Cabos de segurança (linhas de vida e cintos/arnês
de segurança)
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