Diagrama de Fases - Parte 1 a 3
REGRA DA ALAVANCA
METAIS NÃO FERROSOS
Ligas de Alumínio, Cobre, Estanho,
Zinco, Níquel e Chumbo.
Chumbo
Cobre
Características e propriedades
principais:
- Estrutura cristalina CFC;
- Excelente condutor eléctrico (o melhor depois da prata);
- Oxida ao ar a temperaturas superiores a 500ºC;
- Não é atacado pela água;
- É atacado pelos ácidos em presença do ar húmido, formando-se óxido de cobre (verdete);
- Elevadas ductilidade e maleabilidade;
- A resistência mecânica aumenta com tratamentos mecânicos ou ligando o cobre a outros elementos.
Aplicações:
Puro:
- Fio (condutores eléctricos);
- Chapa laminada (aplicações mecânicas);
- Tubo (redes de fluidos).
Ligado:
- Bronze (com estanho);
- Latão (com zinco);
- Cuproníquel (com níquel)
Latão
(Cobre e Zinco)
Classificação:
Latões comuns
- Latões para fundição – apresentam pequenas percentagens de outros elementos que aumentam a fusibilidade e a moldabilidade;
- Latões para forjar:
- Latões α
- Latões α+β
Latões especiais
Zinco
O
zinco puro é pouco empregue como material de construção devido às suas modestas
propriedades mecânicas e da sua fraca propensão ao encruamento, sofre ainda de
fluência à temperatura ambiente.
Aplicações:
- Revestimentos superficiais para protecção anticorrosiva de componentes de ferro e aços (zincagem e galvanização),
- Componentes fundidos para a industria automóvel,
- Componentes de ligas (latões),
- Componente de tintas anticorrosivas,
- Ânodos sacrificiais para protecção catódica em cascos de navios, pipelines, etc.
Estanho
O estanho puro apenas
se utiliza como material de revestimento.
As aplicações mais
significativas das ligas de estanho são os metais antifricção, materiais
resistentes à corrosão e as aplicações decorativas.
Características e propriedades
principais:
- Elevada densidade;
- Baixo ponto de fusão;
- Baixa resistência à tracção;
- Elevada fluência;
- Elevada resistência à corrosão pela maioria dos ácidos e ambientes naturais.
Aplicações
- Baterias;
- Bainhas de cabos eléctricos;
- Protecção contra radiação γe X;
- Isolamento de som e vibrações;
- Elemento de liga (ligas de cobre e aços)
Níquel
O níquel puro apresenta boa resistência à
corrosão em ambientes corrosivos;
Usa-se como subcapa na electro de posição por
crómio.
Usa-se como placante do aço em tanques
destinados a produtos químicos;
A maior aplicação é como elemento de liga em
aços e ligas de cobre.
Alumínio
O alumínio puro é um
metal leve, de cor branca, pouco duro, muito deformável, com elevadas
condutibilidades térmica e eléctrica e com baixo ponto de fusão;
Devido ao seu elevado
poder redutor oxida-se ao ar, formando uma finíssima película de óxido de
alumínio, que o protege contra a corrosão da água destilada, ácido nítrico,
ácido carbónico, compostos de enxofre e de muitos hidrocarbonetos. É, no entanto,
atacado pela água do mar e pelas bases alcalinas (sódio e potássio) e alguns
ácidos (clorídrico e fluorídrico).
O alumínio utilizado
na construção civil é uma liga Alumínio/Magnésio/Silício, obtido da bauxite.
Após diversos tratamentos
electroquímicos é transformado em lingotes, placas de laminagem, rolos de
extrusão e fios.
Os produtos resultantes são:
- Peças fundidas,
- Chapas,
- Tubos e perfis,
- Fios de pequeno diâmetro.
Sua aplicação na construção civil:
- Caixilharias para janelas,
- Portas e divisórias,
- Chapas para revestimentos interiores e exteriores,
- Coberturas,
- Etc.
Diferentes tipos:
Aluminio anodizado –
A anodização de perfis de alumínio e consequente colmatagem dos poros da camada
de alumina, é efectuada por processo electroquímico.
Aluminio termolacado
– A termolacagem de perfis de alumínio é um tratamento de superfície cuja
diferença principal relativamente à anodização consiste na aplicação ao perfil,
de uma tinta, pulverizada na superfície do alumínio previamente tratada e
polimerizada em estufas que podem atingir temperaturas de 220ºC.
Outros materiais não ferrosos:
- Acessórios de canalização (ligações, terminais, etc.)
- Aparelhos das canalizações (torneiras, ralos, etc)
- Etc.
O processo de fabrico da maior parte
destes produtos é constituído a partir de lingotes de latão vazado. Sendo este
latão uma liga de cobre com aproximadamente 40% de zinco e pequenas
percentagens de outros elementos para facilitar a obtenção de peças por
fundição.
METAIS FERROSOS
Ferro fundido – é uma liga ferro-carbono cujo teor de
carbono é superior a 2%
Aço – é uma liga ferro-carbono cujo teor de carbono é
inferior a 2%
Aço de Construção – teor de carbono entre 0,2 a 05%
A classificação dos aços é feita
segundo a NP EN 10020, com base na composição química dos elementos presentes:
- não ligados,
- ligados (aços especiais ligados).
Processo
de fabrico de aço:
O ferro (minério de onde é extraído:
magnetite Fe3O4, hematite Fe2O3) é
extraído por reacções de redução através da acção do carbono sob a forma de
carbono.
O minério é aquecido na presença de um
redutor (carvão-coque) que combina com o oxigénio do minério e transforma-se em
monóxido e dióxido de carbono, sob a forma de gasosa. Normalmente também se
adiciona carbonato de cálcio (função de fundente).
O ferro que sai de alto-forno chama-se
gusa, o qual ainda não serve para
construção, pois contém impurezas.
A parte: o coque é obtido através do
aquecimento a altas temperaturas do carvão mineral.
Principais impurezas de
gusa:
Carbono – com percentagens de 2 a 4%, quanto
maior o teor de carbono maior dureza, mas baixa-lhe o ponto de fusão e a
maleabilidade.
Enxofre – com teores de 2 a 3% é um elemento
indesejável no aço com valores superiores a 0,1% pois reduz a sua resistência,
a forjabilidade e torna-o menos soldável.
Fósforo – torna o ferro quebradiço, diminui a
sua tenacidade e aumenta a fluidez.
Magnésio – aumenta a dureza e a resistência,
mas dificulta a maleabilidade.
Silício – endurece a fundição, torna o ferro
macio e compacto, diminui a maleabilidade e a forjabilidade.
Purificação da gusa:
Para se tornar um material de
construção, há que purifica-la o que se consegue pela oxidação da gusa em fusão
nos convertidores de aciaria.
Após a purificação o aço em fusão é
moldado sob a forma de lingotes ou bilhetes, para serem armazenados e depois
transformados em operações de laminagem nos produtos usados na construção.
Curvas de arrefecimento:
Metal puro – o seu comportamento durante o
processo de arrefecimento é indicado pela sua curva de arrefecimento.
Liga – o comportamento é dado por
diagramas designados por diagramas de equilíbrio.
Variedades alotrópicas – são estruturas cristalinas
diferentes que passam de uma para outra em determinadas temperaturas,
denominadas temperaturas de transição. O ferro apresenta três variedades.
o
Estrutura
cúbica de faces centradas,
o
Não é magnética,
o
Boa
resistência,
o
Existe
acima da temperatura crítica de 723ºC,
o
Percentagem
de carbono varia entre 0,8% a 723ºC e 2,08ºC.
Ferrite (α):
o
Máximo
de carbono é de 0,02% a uma temperatura de 723ºC,
o
Baixa
dureza e resistência à tracção,
o
Tem
características magnéticas.
Cementite (Fe3C):
Cementite (Fe3C):
o
Máximo
teor de carbono é de 6,67%,
o
Elevadas
resistências e durezas (2000MPa, valor estimado),
o
Baixa
ductibilidade.
Perlite:
o
Estrutura
tetragonal de corpo centrado,
o
Possui
propriedades intermédias entre a ferrite e a cementite,
o
Desenvolve-se
no arrefecimento lento do aço,
o
Presente
nos aços recozidos
Eutéctico – ponto onde
o equilíbrio é invariável, portanto o equilíbrio entre as três fases ocorre a
uma determinada temperatura e as componentes das três fases são fixas.
Hipoeutético – composição menor que o
eutéctico.
Hipereutético – composição maior que o
eutéctico.
Reacção eutéctica: transformação da fase por
arrefecimento, toda a fase liquida transforma-se isotermicamente em duas fases
sólidas.
L-->α+β
Reacção eutetóide: é a mistura resultante da
recristalização por ser realizada numa solução sólida.
α-->β+ϒ
Reacção Peritética: transformação de fase por
arrefecimento em que numa fase liquida reage com uma fase sólida originando uma
nova fase sólida.
ϒ+L-->β
Reacção Monotéctica: transformação de fase por
arrefecimento, em que numa fase liquida se transforma numa sólida e numa fase
liquida (com composição diferente da primeira fase liquida).
L-->α+L
Tratamentos Térmicos:
A base dos tratamentos térmicos
existentes nos, é baseado nas velocidades de arrefecimento.
Conforme se doseia a % de ferrite,
cementite, perlite e austenite podem obter-se determinadas propriedades dos
aços, sendo estas conseguidas através de tratamentos térmicos.
No caso de tratamentos térmicos o
diagrama de equilíbrio não pode ser considerado por ser obtido para velocidades
de arrefecimento lentos, sendo assim considerados os diagramas TTT
(tempo-temperatura-transformação)
Obtenção dos diagramas TTT:
o
As amostras são
aquecidas até uma determinada temperatura (austenitica),
o
Posteriormente
são arrefecidas em banhos de sais a temperaturas inferiores à temperatura
critica (723ºC),
o
Sendo
depois retiradas do banho de sais e imersas em água,
o
Depois
são feitos exames metalográficos para verificação da estrutura resultante e
transformação verificada.
A
partir dos exames metalográficas será possível quantificar a % de austenite
transformada durante a sua imersão em sais a temperatura constante, já que o
produto da transformação às temperaturas da água só pode ser a martensite.
A
partir da fase austenitica, e por tratamentos térmicos, podem ser obtidas
diferentes microestruturas que devem de ser seleccionadas de acordo com a
utilização pretendida.
Tratamento
Térmicos Básicos:
Têmpera –
é um processo que impede a difusão dos átomos de carbono, originando a sua
prisão em condições instáveis na rede cubica do corpo centrado. Este tratamento
é obtido por arrefecimento brusco em água, óleo ou salmoura, sendo a
microestrutura resultante a martensite.
Revenido –
tem como objectivo essencial o alívio ou eliminação das tensões resultantes
daquele tratamento.
Recozimento
– o processo de arrefecimento é muito lento e tem por objectivo principal a
restituição do aço às características que foram alterados por tratamentos
mecânicos ou térmicos.
Tratamentos
Mecânicos:
Quando
um metal sofre uma deformação plástica a frio, há modificações da sua
estrutura, originando que os seus grão fiquem distorcidos e com defeitos
estruturais, sobretudo lineares, mas conferindo maior capacidade de tração
embora menor capacidade de deformação.
A
modificação da estrutura pode ser restaurada por aquecimento, da qual se
destacam três fases:
Recuperação
– existem alterações nos defeitos estruturais e não se processam movimentos nas
juntas dos grãos ou cristais de aço.
Recristalização primária –
é caracterizada pela formação de novos grãos.
Crescimento do grão –
quando a temperatura de coalescência (temperatura em que se verifica o
desaparecimento de alguns grãos em geral os mais pequenos) é ultrapassada.
Influencia do tamanho do grão nas propriedades do aço:
o
O
limite de elasticidade e a dureza diminuem muito significativamente,
o
O
alongamento aumenta também de um modo significativo,
o
A
ductibilidade aumenta na fase de recristalização e depois decresce com o
tamanho do grão.
Processos:
Laminagem
a frio – deformação longitudinal permanente por compressão transversal.
Trefilagem
– estiragem através de fieiras (aços de pré-esforço). No caso dos aços de
pré-esforço tem de ser precedida de um tratamento térmico especial, patentagem, que consiste em aquecer num
forno, o aço acima da temperatura em que a ferrite e cementite se transforma em
austenite, seguindo-se um arrefecimento brusco a cerca de 500ºC.
EUROCÓDIGOS:
Eurocódigo 0 – Bases de Cálculo em
Estruturas,
Eurocódigo 1 – As acções em Estruturas
de Engenharia Civil,
Eurocódigo 2 – Projecto de Estruturas
em Betão,
Eurocódigo 3 – Projecto de Estruturas
de Aço,
Eurocódigo 4 – Projecto de Estruturas
Compósitas de Aço e Betão,
Eurocódigo 5 – Projecto de Estruturas
de Madeira,
Eurocódigo 6 – Projecto de Estruturas
de Alvenaria,
Eurocódigo 7 – Projecto Geotécnico,
Eurocódigo 8 – Projecto de Estruturas
Resistentes à Acção Sísmica,
Eurocódigo 9 – Projecto de Estruturas
de Aluminio.
Diferentes tipos de aços:
o
Aços para betão
armado, REBAP
o
Aços
para pré-esforço, LNEC
(EC2)
o
Aços para estruturas
metálicas. REAE
EN 10025 (EC3)
REBAP – Regulamento de Estruturas de
Betão Armado e Pré-esforçado:
·
Define
os tipos de armaduras e suas características,
·
Estipula
a obrigatoriedade da sua previa classificação pelo LNEC,
·
Estabelece
as características de dobragem, soldabilidade e aderência,
·
Caracterisitcas
mecânicas:
o
Tensão
de cedência fsyk ou tensão limite convencional de proporcionalidade
de 0,2%,
o
Tensão
de rotura fsuk,
o
Extensão
após rotura εsuk,
o
Classes
de resistência – A235, A400 e A500.
Identificação
de um aço para betão armado:
Especificação
do LNEC:
Estes
aços têm reduzido teor em carbono e baixos teores de outros elementos
prejudiciais. O teor de carbono equivalente é inferior a 0,52%.
REBAP:
tipos correntes de armaduras ordinárias
Designação
|
Processo de fabrico
|
Configuração da superfície
|
Características de aderência
|
Características mecânicas
|
|||||||
Tracção
|
Dobragem
|
||||||||||
Tensão de cedência
|
Tensão de rotura
|
Extensão após rotura
|
Dobragem simples
|
Dobragem-desdobragem
|
|||||||
12Ø18
|
18Ø25
|
25Ø32
|
32Ø40
|
||||||||
A235NL
|
Laminado a quente
|
Lisa
|
Normal
|
235
|
360
|
24
|
2Ø
|
-
|
-
|
-
|
-
|
A235NR
|
Rugosa
|
Alta
|
5Ø
|
7Ø
|
8Ø
|
10Ø
|
|||||
A400NR
|
Laminado a quente
|
Rugosa
|
Alta
|
400
|
460
|
14
|
3Ø
|
6Ø
|
8Ø
|
10Ø
|
12Ø
|
A400ER
|
Endurecido a frio
|
Rugosa
|
Alta
|
12
|
|||||||
A400EL
|
Endurecido a frio c/ torção
|
Lisa
|
Normal
|
||||||||
A500NR
|
Laminado a quente
|
Rugosa
|
Alta
|
500
|
550
|
12
|
4Ø
|
8Ø
|
10Ø
|
12Ø
|
14Ø
|
A500ER
|
Endurecido a frio
|
Rugosa
|
Alta
|
10
|
|||||||
A500EL
|
Lisa
|
Normal
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Características mecânicas dos aços:
diagrama de tracção de aços
P - até este instante
não há deformação permanente,
S – tensão limite superior de
cedência,
I – tensão limite inferior de
cedência,
Até um pouco à frente de I dá-se a
anulação de defeitos,
A partir de aqui o aço passa a ter maior
capacidade resistente,
Se quando alcançar A retirar a carga
ficarei em A’,
Se em A’ voltar a fazer o mesmo ensaio
que fiz inicialmente (esperar uma semana), o aço vai ter uma deformação recta
A’ A D F,
Em C e F dá-se a rotura.
O aço obtido a partir de A’ tem uma
capacidade resistente muito maior e uma capacidade de deformação menor.
A estes aços chamam-se endurecidos.
Diagrama
de tracção de aços (exemplo):
A235N – aço laminar a
quente.
A500E – aço endurecido a frio.
A tensão limite convencional de
proporcionalidade é de 0,2%.
LNEC:
fios de Aço para betão pré-esforçado (E-452)
Y 1860
C 6,0 I
Y- aço para pré-esforço
1860 – tensão de rotura (MPa)
C – frio trefilado
S – cordão
6,0 – Diâmetro nominal
I – cuja superfície
apresenta reentrâncias.
M – marcado, cuja superfície apresenta
marcas.
A tensão limite
convencional de proporcionalidade é de 0,1%.
Tratamentos mecânicos:
Aço para betão armado:
·
Laminagem
a quente,
·
Laminagem
a frio.
Aço para betão pré-esforçado:
·
Estiragem,
·
Trefilagem.
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